Oferta Hostil, Como a Paramount Sacudiu o Mercado do Entretenimento

A disputa pelo futuro da Warner Bros. Discovery ganhou contornos de uma verdadeira guerra corporativa. Nos últimos dias, a Paramount surpreendeu o mercado ao lançar uma oferta hostil para adquirir 100% da WBD, avaliando a empresa em cerca de US$ 108,4 bilhões valor bem acima da proposta anterior feita por outra gigante do setor. A oferta, de US$ 30 por ação, representa um prêmio de aproximadamente 139% sobre o preço da ação no início de setembro de 2025.

Por que a Paramount está avançando tão agressivamente?

Segundo a própria companhia, sua proposta oferece mais valor, além de um caminho “mais rápido e seguro” rumo à conclusão do negócio. Enquanto a oferta rival envolve uma combinação complexa de dinheiro e ações, a Paramount sustenta que sua abordagem simplifica a aprovação regulatória e reduz incertezas.

Para a empresa, uma fusão com a Warner criaria um supergrupo do entretenimento, com capacidade reforçada de investimento em conteúdo, distribuição, cinema, TV por assinatura e streaming.

O que complica o negócio?

Apesar da oferta generosa, analistas apontam que a união entre Paramount e Warner representaria um dos maiores movimentos de consolidação da história do entretenimento algo que, inevitavelmente, levantaria questionamentos antitruste. A fusão poderia exigir desinvestimentos significativos antes de receber o aval dos reguladores.

Até o momento, o conselho da Warner Bros. Discovery reconheceu o recebimento da oferta, mas mantém apoio à proposta concorrente, afirmando que irá analisar a nova oferta com cautela.

O contexto da disputa

A movimentação da Paramount acontece logo após a Netflix ter firmado um acordo preliminar para adquirir uma parte da Warner incluindo estúdios e operações de streaming, mas excluindo os canais de TV linear. A oferta da Paramount, mais agressiva e abrangente, desencadeou uma disputa direta entre as gigantes.

E agora, segundo o The Wall Street Journal, acionistas da WBD acreditam que a Paramount e sua controladora, a Skydance, devem apresentar uma proposta ainda maior, ultrapassando os atuais US$ 101 bilhões.

Pressão dos acionistas e sinais de uma oferta nova

Executivos da Paramount incluindo o CEO David Ellison se reuniram recentemente com grandes acionistas da WBD em Nova York. Muitos participantes saíram do encontro convencidos de que uma oferta mais robusta está a caminho.

Mario Gabelli, da GAMCO Investors, afirmou ser “altamente provável” que aceite a oferta da Paramount. Outros investidores, porém, acreditam que a Netflix também poderá aumentar sua proposta para não perder terreno.

Ainda assim, analistas como Matthew Dolgin, da Morningstar, alertam que uma guerra de lances pode ser perigosa especialmente para a Netflix, que estaria pagando mais do que acredita-se que a Warner valha individualmente.

E agora?

A Warner Bros. Discovery tem até 22 de dezembro para responder formalmente à oferta da Paramount. Até lá, investidores, reguladores e o mercado acompanham de perto cada movimento.

Independentemente do desfecho, a disputa promete redefinir o mapa global do entretenimento e ainda está longe de terminar.